CRA: entenda como essa opção de investimento pode ser vantajosa para você

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Você já ouviu falar do CRA? Essa sigla significa Certificado de Recebíveis do Agronegócio, um tipo de investimento que pode trazer benefícios para quem quer investir no setor do agronegócio, que é um dos mais importantes da economia brasileira. Neste post, vamos explicar o que é o CRA, como ele funciona, quais são as suas vantagens e desvantagens, e como investir nesse tipo de título. Fique conosco!

O que é CRA e como ele financia o agronegócio?

CRA é a sigla para Certificado de Recebíveis do Agronegócio, um tipo de investimento que funciona de maneira similar ao Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). 

O CRA é um título de crédito privado que representa uma promessa de pagamento futuro em dinheiro. Ele é emitido por empresas securitizadoras, que são responsáveis por adquirir e securitizar os direitos creditórios originados de negócios realizados entre produtores rurais, cooperativas ou terceiros, e seus financiadores ou compradores.

Em outras palavras, quem investe em CRA está comprando o direito de receber uma parte dos créditos que são concedidos para financiar atividades ligadas ao agronegócio, como produção, comercialização, industrialização ou armazenamento de produtos agropecuários.

Dessa forma, o CRA é uma forma de captar recursos para o setor do agronegócio, que é um dos mais importantes da economia brasileira. Segundo o IBGE, o agronegócio foi responsável por 26,6% do PIB do país em 2020, além de gerar empregos, renda e divisas.

Quais são os tipos de CRA e como eles se diferenciam?

Existem dois tipos principais de CRA: o físico e o financeiro. O físico é aquele em que o pagamento ao investidor está atrelado à entrega de um produto rural específico, como soja, milho ou café. Já o financeiro é aquele em que o pagamento ao investidor está atrelado a um índice de preço ou a uma taxa de juros.

O CRA físico tem a vantagem de ser isento de Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas não financeiras. Porém, ele também tem a desvantagem de estar sujeito aos riscos climáticos, sanitários e de mercado que podem afetar a produção e a comercialização dos produtos rurais.

O CRA financeiro tem a vantagem de ter uma rentabilidade mais previsível e menos volátil do que o CRA físico. Porém, ele também tem a desvantagem de estar sujeito à incidência de Imposto de Renda para todos os investidores, seguindo a tabela regressiva aplicada aos demais títulos de renda fixa.

Como funciona a rentabilidade e a tributação do CRA?

A rentabilidade do CRA depende das condições estabelecidas no momento da emissão do título. Ela pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. A rentabilidade prefixada é aquela em que o investidor sabe desde o início qual será o valor que receberá no vencimento do título. A rentabilidade pós-fixada é aquela em que o investidor só saberá qual será o valor que receberá no vencimento do título após a apuração de um índice de preço ou de uma taxa de juros. A rentabilidade híbrida é aquela em que há uma combinação entre as duas modalidades anteriores.

A tributação do CRA varia conforme o tipo do título e o perfil do investidor. Como já mencionado, o CRA físico é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas não financeiras. Já o CRA financeiro está sujeito à incidência de Imposto de Renda para todos os investidores, seguindo a tabela regressiva aplicada aos demais títulos de renda fixa. Essa tabela prevê alíquotas decrescentes conforme o prazo da aplicação:

  • 22,5% para aplicações com prazo inferior a 180 dias;
  • 20% para aplicações com prazo entre 181 e 360 dias;
  • 17,5% para aplicações com prazo entre 361 e 720 dias;
  • 15% para aplicações com prazo superior a 720 dias.

Além disso, há também a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para aplicações com prazo inferior a 30 dias, seguindo uma tabela regressiva que vai de 96% a 0%.

Como escolher um CRA adequado ao seu perfil e aos seus objetivos?

Para escolher um CRA adequado ao seu perfil e aos seus objetivos, é preciso levar em conta alguns fatores, como:

  • O risco do título: o CRA é um título de crédito privado, que não conta com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Portanto, o investidor está exposto ao risco de inadimplência do emissor ou do devedor do crédito. Para avaliar esse risco, é recomendável verificar a classificação de risco (rating) do título, que é atribuída por agências especializadas, como a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s. Quanto maior o rating, menor o risco e menor a rentabilidade. Quanto menor o rating, maior o risco e maior a rentabilidade.
  • O prazo do título: o CRA é um título de longo prazo, que pode ter vencimentos superiores a 10 anos. Portanto, o investidor deve ter em mente que se trata de um investimento de baixa liquidez, ou seja, que pode ser difícil de vender antes do vencimento. Além disso, o investidor deve ter uma visão de longo prazo e estar disposto a manter o título até o final, evitando resgates antecipados que podem gerar perdas.
  • O tipo do título: como já explicado, o CRA pode ser físico ou financeiro. O investidor deve escolher o tipo que mais se adequa à sua estratégia e ao seu perfil de risco e retorno. O CRA físico pode ser mais interessante para quem busca isenção fiscal e exposição ao mercado agropecuário. O CRA financeiro pode ser mais interessante para quem busca rentabilidade mais previsível e menos volátil.

Como comprar e vender CRA no mercado financeiro?

Para comprar e vender CRA no mercado financeiro, é preciso ter uma conta em uma corretora de valores autorizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo Banco Central. A corretora é a intermediária entre o investidor e o mercado, oferecendo as opções de CRA disponíveis para negociação.

O investidor pode comprar CRA no mercado primário ou no mercado secundário. O mercado primário é aquele em que ocorre a primeira oferta pública dos títulos, diretamente da securitizadora para os investidores. O mercado secundário é aquele em que ocorre a negociação dos títulos entre os investidores, após a emissão inicial.

O investidor deve estar atento às características e às condições de cada título, como valor nominal, valor de mercado, taxa de juros, índice de preço, prazo de vencimento, rating, liquidez, entre outras. Além disso, o investidor deve estar ciente dos custos envolvidos na operação, como taxa de corretagem, taxa de custódia e impostos.

Conclusão

O CRA é um título de renda fixa que pode ser uma opção vantajosa para você que busca diversificar sua carteira e apoiar o setor do agronegócio. Ele oferece rentabilidade atrativa, isenção fiscal (no caso do CRA físico) e oportunidade de investir em um segmento estratégico para a economia brasileira.

Porém, ele também envolve riscos, como o risco de crédito, o risco climático e o risco de mercado. Por isso, é importante conhecer bem as características e as condições de cada título antes de investir.

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