Aumento da taxa Selic: qual o impacto para o seu bolso?

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O Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu, nesta última quarta-feira (22/09), sobre o aumento da taxa Selic para 6,25% ao ano, se tornando a quinta alta consecutiva e a terceira com aumento de um ponto.

Com isso, muitos investidores, dos mais variados perfis, se preocupam em qual a maneira mais correta de fazer aplicações, aumentar a renda, onde e como investir, além de questionamentos voltados para inflação e poupança, por exemplo.

Por isso, no artigo de hoje você vai entender melhor sobre o impacto do aumento dessa taxa no seu bolso, renda fixa, CDI, assim como diversas informações para lhe auxiliar em tomadas de decisão relacionadas ao Selic.

Afinal, o que é taxa Selic?

Primeiramente, é importante esclarecer o que é a famosa taxa Selic. Esta é a taxa básica de juros da economia brasileira. Os movimentos dela geram aumento ou queda em outras taxas de juros que atuam no país. Podem ser taxas tanto de bancos concedendo empréstimos, quanto de investidor realizando aplicação na renda-fixa.

O nome Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, ou seja, um sistema administrado pelo Banco Central onde são comercializados títulos públicos federais. Dessa forma, a taxa média registrada nesses tipos de operações (empréstimos de curto prazo, por exemplo) diárias equivalem à taxa Selic.

Assim, a taxa média dessas negociações, apuradas diariamente, é nomeada de Selic “efetiva”. Ou seja, significa que o percentual de juros está sendo realizado no mercado. Existe ainda a Selic “meta” (a mais comentada dia-a-dia), que serve como parâmetro para demais taxas no mercado.

Qual a importância da Selic para a economia?

Para muitos especialistas, ela é considerada o principal instrumento do Banco Central para controlar a quantidade de recursos circulados. De um modo geral, ela é referência no valor das linhas de crédito, por exemplo: se a taxa Selic diminui, o crédito fica mais acessível, pois os bancos diminuem os juros. Em contrapartida, quando ela aumenta, os preços podem ficar estáveis e a tendência é que empréstimos e financiamentos fiquem mais caros.

Dito isso, para contextualizar melhor os principais efeitos da Selic para o investidor brasileiro, temos os seguintes tópicos:

Consumo

Crédito e consumo dependem um do outro para funcionar e, assim, quando o primeiro se eleva, o segundo tende a diminuir, pois o custo dos produtos também aumentam. Dessa maneira, o que se espera com o aumento da Taxa Selic é uma diminuição das compras.

Investimentos

Infere-se que um aumento da taxa Selic proporciona investimentos de renda fixa. Isso ocorre devido a uma remuneração baseada em juros. Os melhores exemplos são os famosos CDBs difundidos pelos bancos, Tesouro Direto, LCI, LCA, CRI, CRA etc. Todas essas opções tendem a ter uma rentabilidade melhor com a Selic alta.

Quando e como é definida?

Como dito anteriormente, o Copom é quem defini e anuncia a taxa Selic. O órgão se reúne a cada 45 dias para decidir qual o valor da Selic para o mês seguinte. Tais reuniões acompanham uma agenda pré-estabelecida no ano anterior.

Em vias gerais, de acordo com o Banco Central, em cada encontro os associados debatem sobre o futuro da economia internacional e brasileira. Dessa maneira, estabelecem as condições de liquidez e movimentos do mercado.

Em função disso, os participantes do Copom apenas entram em votação sobre as perspectivas da Selic “meta” após receberem e analisar todos esses dados, levando em consideração os potenciais riscos do cenário macroeconômico.  O Copom informa no mesmo dia sua decisão através de um comunicado distribuído na internet.

O que faz a Selic diminuir e aumentar?

Ao estabelecer uma taxa, a fim de cumprir a meta inflacionária, o Banco Central necessita de agir para manter a taxa efetiva no mesmo nível. Portanto, não basta apenas o anúncio, já que ele não garante a estagnação dos juros no mesmo patamar.

A partir desse ponto, o Banco Central atua no chamado “mercado aberto”. Em suma, o que ele faz é a compra e venda de títulos federais, diariamente, aumentando ou diminuindo a oferta. Desse modo, há uma manutenção de juros similares ao valor definido, inicialmente, pelo Copom.

Com o aumento recente da Selic, o que se pode observar, para condução de aumento das taxas de juros, é a maneira como o Banco Central procura vender títulos públicos para órgãos financeiros. Para que isso ocorra de forma eficiente, o Banco Central precisa oferecer um valor mais baixo. Tal ação reverbera nos juros realizados pelas próprias instituições financeiras, já que é interessante para elas formalizar outras operações de créditos.

O Banco Central faz a operação oposta com o propósito de pressionar a Selic para baixo. Devido a isso, os bancos possuem como meta a venda dos respectivos papéis de volta para o Banco Central. Para realizar essa ação, é mais indicado de serem negociados a um preço mais elevado, influenciando a remuneração geral dos títulos para baixo.

Como investir com a Selic alta?

Conforme discutido acima, geralmente, as variações da Selic possuem impacto acerca da remuneração que os investidores encontram nas aplicações financeiras. Em certos casos, o impacto pode ser instantâneo.

É o exemplo dos investimentos em renda fixa. Na prática, esse tipo de movimento representa títulos de crédito. Ou seja, quando um investidor compra um CDB de um banco, significa que esse investidor está “emprestando” dinheiro para a instituição. Em troca, o indivíduo ganha remuneração, no caso, juros. Esse tipo de negócio só foi possível graças ao aumento da Taxa Selic.

Considerado mais direto ainda, é o impacto nos títulos do Tesouro Direto. A remuneração, no caso, é a própria taxa Selic. Com a subida ou queda dos juros, a lucratividade desses papéis causa impacto mais imediato.

Com isso, de modo geral, em épocas de Selic alta, costuma-se ser mais propensa investimentos de renda fixa. Como no país os juros foram elevados durante anos, os brasileiros se acostumaram com bons feedbacks para esse tipo de papel.

Em suma, se os juros estiverem elevados, assim como a inflação, a rentabilidade será baixa. De fato é quando o investidor lucra. Para ilustrar, basta considerar, hipoteticamente, que a Selic esteja 8% ao ano e a inflação a 5%. O lucro, no exemplo, será de 3% aproximadamente. Contudo, se ocorrer queda nos juros em 5% anualmente e a inflação ir para 1%, o empreendedor terá um lucro maior que 4%.

Portanto, com o aumento da Taxa Selic, hoje em 6,25%, os investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos, enquanto em períodos de juros baixos a renda variável possibilita melhores opções de retorno.

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